Imagine um cenário em que alguém obtenha seus dados confidenciais, ou os da sua empresa, dados vitais para você e o funcionamento da mesma, criptografe e exija o pagamento de um resgate, caso você não queira que eles sejam publicados ou deletados. Isso é o Ransomware, um ataque que cresce exponencialmente no Brasil e no Mundo.

“Nossas equipes começaram a investigar e descobriram que houve um grande aumento desde 2012. No ano passado a alta das famílias de Ransomware — as famílias são ameaças diferentes, mas com o mesmo intuito — no Brasil foi absurda, fora do padrão”, afirma Franzvitor Fiorim, líder técnico da Trend Micro que esteve em Curitiba para participar de evento sobre segurança digital.

Entenda o que é Ransomware - Softwall

Em pesquisa realizada pela Trend Micro com cerca de 300 empresas brasileiras no segundo semestre de 2016, 51% disseram ter sido alvo de ataques Ransomware, 56% admitiram não ter uma tecnologia de monitoramento ou detecção de comportamento suspeito e os setores mais afetados foram as companhias ligadas a educação (82%), ao governo (59%) e ao varejo (57%).

O aumento da incidência, segundo Fiorim, é a popularização dos métodos para aplicar o golpe. “Notamos que no Brasil, assim como em outros lugares, há movimentação dos criminosos na Deep Web. No entanto, aqui a coisa é mais direta: há até perfis públicos em redes sociais, com fotos e informações pessoais, de gente comercializando cursos de como ser um hacker e como criar um ransomware. Eles não se preocupam em se manter no anonimato.”

Anteriormente, os criminosos pediam resgate em transações feitas pelo pagamento eletrônico Paypal e atualmente a grande maioria usa Bitcoin, que é um meio irrastreável.

Infecções sem arquivo aumentam incidência em celulares

O ransomware normalmente oferece um link ou um arquivo, para que você informe suas credenciais ou abra uma aplicação capaz de abrir uma brecha para seu dispositivo ser controlado remotamente. É assim que o intruso rouba seus dados e os criptografa, com uma chave que só ele passa a saber.

Mas engana-se quem acha que o golpe é uma exclusividade das máquinas de mesa. “Existe uma ideia de que os ambientes desktop estão mais vulneráveis. Ele são vulneráveis mesmo, independente do sistema operacional — tem gente que acha que se usar Linux vai estar mais segura, mas existe ransomware para Linux também. E não se sinta mais seguro usando um celular, porque muitos dos ataques criptografam dados nesses dispositivos”, comenta o especialista.

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“Nossas amostras indicam que 80% vêm de uma URL, um endereço em que você clica e cai em uma página maliciosa, e outros 12% vêm em emails, simulando ser um banco, uma pessoa conhecida ou a recuperação de uma senha em uma rede social”, aponta Fiorim.

O que podemos fazer para se prevenir de um ataque Ransomware?

“Não existe uma única solução, uma “bala de prata”, nenhuma garante 100% de segurança. Temos o que chamamos de proteção por camadas: combate aos malwares e vírus, medidas contra-ataques em emails e aplicações, tratamento de vulnerabilidades e defesa específica. Já houve um caso de ataque direcionado, em que um criminoso sabia exatamente o que ele queria afetar”, diz Fiorim.

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Há softwares de prevenção e detecção de arquivos auto executáveis maliciosos, é possível usar armazenamento offline para manter os dados mais importantes distantes de ataques via web, a exemplo de pen drive e HDs externos.

Denúncias e educação fazem a diferença

Denúncias e revisão na legislação também são alternativas para combater o ransomware. “É importante que haja denúncia, para que a polícia busque esses hackers. O Boletim de Ocorrência vai ajudar a aumentar o investimento feito nesse tipo de investigação. Precisamos também melhorar a legislação, para penalizar de forma mais crítica quem comete esse tipo de crime. Afinal de contas, esse é um crime de extorsão que começa no meio digital e afeta o meio físico.”

E, por enquanto, a maior arma contra os golpistas é a educação dos usuários. “O percentual de ameaças complexas é pequeno. A grande maioria dos ataques vem de variações feitas a partir de códigos simples, de criminosos que aprenderam a programar linguagens na faculdade ou até mesmo são autodidatas e tentam criar algum malware”, revela Fiorim.

Firewall e Antivírus tem um papel fundamental

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FONTE: TECMUNDO